Reforma Tributária: Segmento Agro

O SEGMENTO AGRO E SEUS PRINCIPAIS SETORES

O Brasil é visto como um dos maiores produtores de alimentos do mundo e em um futuro próximo já se tem a expectativa de que será o maior! Isto porque o país atende a condições climáticas e de meio ambiente propícias para o cultivo e a criação de animais, fazendo com que tenhamos uma gama gigantesca de produtos e espécies cultivadas que podem ser adaptados ao nossos mais diversos ambientes climáticos distribuídos ao longo da extensão do país.

Nos últimos anos o país também tem investido muito em tecnologia e equipamentos voltados para o desenvolvimento do segmento, o que resulta em números extraordinários:

  • + de 2,5 trilhões somando bens e serviços gerados no agronegócio em 2022 (cerca de 25% do PIB brasileiro);
  • + de 1,2 trilhões de Valor Bruto da Produção Agropecuária gerados em 2023;
  • 1 em cada 3 trabalhadores brasileiros estavam vinculados ao Agronegócio em 2023;
  • + de 45% das exportações são produtos do Agronegócio.

FONTE: CNA

 

A Reforma Tributária deve causar impactos em todos os segmentos e setores. Um deles é o segmento  AGRO, um dos mais importantes do país, voltado para a produção de alimentos, logística, comércio, criadouros de animais e outros, fertilizantes, combustíveis, insumos no geral, maquinário, etc.

A diversidade é gigantesca e o impacto com a Reforma Tributária precisará da atenção dos contribuintes. Podemos pensar em alguns setores do segmento agro, da seguinte forma:

 

 

Cada um dos setores do agro pode ser ainda subdividido fazendo com que uma gama gigantesca de operações e prestações de serviços permeiem por tornar este ramo de atividade muito abrangente. Assim, classificamos essas atividades em:

 

Setor Primário (Produção Agropecuária)

 

O que é?

O setor primário é a base da cadeia produtiva agropecuária, responsável pela produção de matérias-primas agrícolas e pecuárias. É um setor fortemente influenciado por fatores climáticos, tecnológicos e mercadológicos, além de políticas públicas e incentivos fiscais. É responsável pela produção das matérias-primas naturais, essenciais para a indústria e para o consumo direto. Ele abrange atividades como a agricultura, pecuária, silvicultura e aquicultura.

A agricultura envolve o cultivo de grãos como soja, milho e trigo, além de frutas, café, cana-de-açúcar e hortaliças. Já a pecuária inclui a criação de bovinos, suínos, aves e peixes, suprindo a demanda interna e internacional por carne e derivados.

Apesar de sua importância, esse setor enfrenta desafios como a dependência do clima, oscilações no preço das commodities e a necessidade de investimentos em infraestrutura para o escoamento da produção. Além disso, a tributação sobre insumos, como fertilizantes e sementes, pode impactar os custos e reduzir a competitividade do produtor.

 


 

Principais Atividades

Agricultura: Cultivo de grãos (soja, milho, trigo, arroz), frutas (laranja, banana, maçã), café, cana-de-açúcar, hortaliças e outras culturas.

Pecuária: Produção de carne bovina, suína, ovina, caprina, além da avicultura e piscicultura.

Silvicultura: Cultivo de florestas comerciais para a produção de papel, celulose e madeira.

Pesca e Aquicultura: Produção de peixes, camarões e moluscos em cativeiro ou por captura natural.

 

Desafios do Setor

Dependência do clima e de fatores ambientais, como secas e pragas.

Volatilidade dos preços das commodities.

Necessidade de infraestrutura para escoamento da produção.

Impacto da tributação sobre insumos (fertilizantes, sementes, ração).

 


Setor Secundário (Beneficiamento e Agroindústria)

O que é?

O setor secundário transforma as matérias-primas do setor primário em produtos processados para consumo final ou industrialização. Engloba as indústrias que processam as matérias-primas do setor primário, transformando-as em produtos acabados ou semielaborados para consumo e comercialização.

As atividades desse segmento incluem o beneficiamento de grãos e frutas, a produção de óleos vegetais, laticínios, carnes processadas e derivados da cana-de-açúcar. Também fazem parte desse setor a fabricação de insumos essenciais para a agropecuária, como fertilizantes, defensivos agrícolas e equipamentos.

Os desafios enfrentados são o alto custo de energia, a necessidade de atender a rigorosas normas sanitárias e as dificuldades logísticas para o transporte dos produtos. Além disso, o fim da Lei Kandir pode encarecer as exportações, tornando os produtos brasileiros menos competitivos no mercado internacional.


 

Principais Atividades

Beneficiamento: Limpeza, secagem e armazenamento de grãos, beneficiamento de café e frutas.

Agroindústria: Produção de óleos vegetais, laticínios, carnes processadas, papel e celulose.

 Produção de Insumos: Fertilizantes, defensivos agrícolas, rações e equipamentos.

 

Desafios do Setor

Alto consumo de energia e combustíveis.

Regulamentação sanitária rigorosa.

Dependência de infraestrutura para distribuição.

Impacto do fim da Lei Kandir sobre exportações.

 


Setor Terciário (Logística, Armazenagem e Comercialização)

O que é?

O setor terciário garante a distribuição e comercialização dos produtos agropecuários, conectando produtores e consumidores. Desempenha um papel fundamental na logística e comercialização dos produtos agropecuários, garantindo que cheguem ao consumidor final com eficiência e qualidade.

Esse setor abrange a logística de transporte de grãos, carnes e laticínios, a armazenagem em silos e frigoríficos e a comercialização de commodities, seja no mercado interno ou externo. A eficiência desse segmento depende de uma boa infraestrutura de transporte, incluindo rodovias, ferrovias e portos.

Os principais desafios incluem a deficiência na infraestrutura de transportes, o alto custo do frete, que pode ser agravado pelo Imposto Seletivo sobre combustíveis, e as barreiras burocráticas para exportação, que podem atrasar as negociações e aumentar os custos operacionais.


 

Principais Atividades

Logística: Transporte de grãos, carnes, laticínios e insumos.

Armazenagem: Silos para grãos, frigoríficos para carnes e laticínios.

Comercialização: Venda interna e exportação de commodities.

 

Desafios do Setor

Deficiência na infraestrutura de transportes.

Alto custo do frete.

Necessidade de certificações para exportação.

 


 

Independentemente de sua classificação, o segmento Agro é um dos mais promissores no país, com crescimento constante e recordes de produção e negócios nos últimos anos.

 

FONTE: MDIC, AgroStat/MAPA , CNA


COMO A REFORMA TRIBUTÁRIA IMPACTARÁ ESTE SEGMENTO?

O setor agropecuário enfrenta desafios cada vez maiores, especialmente diante das mudanças tributárias que se aproximam. Para manter sua competitividade, será essencial investir em planejamento estratégico, otimização de custos e adaptação às novas regras fiscais. A busca por soluções eficientes ajudará o agronegócio a continuar sendo um dos motores da economia brasileira.

A Reforma Tributária prevê um grande impacto em todos os segmentos. No entanto, o agro necessitará de uma atenção especial, principalmente no que se refere ao Imposto Seletivo e aos créditos acumulados na tributação estadual.

A tributação sempre foi um ponto crítico para o setor agropecuário, especialmente devido à desoneração promovida pela Lei Kandir, que isentou exportações de ICMS para incentivar a competitividade internacional. A nova sistemática, trazida pela Emenda Constitucional 132/23, regulamentada pela Lei Complementar 214/25 e delineada pelo Projeto de Lei 68/24, introduzirá mudanças significativas, impactando diretamente os custos de produção e comercialização.

Entre os benefícios da reforma para o setor agropecuário, destacam-se a simplificação do sistema tributário, a redução da burocracia e a possibilidade de creditamento ao longo da cadeia produtiva. No entanto, há riscos que precisam ser avaliados, como o aumento da carga tributária em algumas etapas da produção, o impacto do Imposto Seletivo sobre combustíveis e o fim da Lei Kandir, que pode reduzir a competitividade das exportações brasileiras. Ainda assim, a tendência geral é que os setores sejam compensados por meio de fundos e outros benefícios que buscarão desonerar o segmento.

A Emenda Constitucional 132/23 promove mudanças estruturais ao substituir os tributos atuais pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), além de instituir o Imposto Seletivo (IS) para produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

Diante desse novo cenário, destacamos alguns pontos positivos e negativos que devem ser observados pelos contribuintes:

 


Desafios

Criação de novas taxas e fundos sobre os produtos primários semielaborados;

Extinção de benefícios fiscais estaduais de ICMS;

Alterações no Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD);

Bens industrializados podem ter incidência de Imposto Seletivo.

Aumento do custo logístico pode encarecer os produtos finais.

 


O Imposto Seletivo (IS) incidirá sobre produtos considerados prejudiciais ao meio ambiente e à saúde. No agro, os principais alvos são:

Defensivos agrícolas – Possível aumento de custos.

Combustíveis fósseis – Pode elevar o custo da logística rural.

Alimentos processados – Setor de bebidas e ultra processados pode ser afetado.

📌 Atenção! Dependendo da regulamentação, o IS pode gerar um efeito cascata, elevando custos ao longo da cadeia produtiva.

 


Oportunidades

Possibilidade de Compliance Fiscal;

Gestão de créditos de ressarcimento;

Possibilidade de Planejamento tributário;

Segurança Jurídica para temas em debates no judiciário;

Alíquotas reduzidas na produção de produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais, extrativistas vegetais in natura, insumos agropecuários e insumos aquícolas;

Tratamento diferenciado para cooperativas e agricultura familiar;

  Alíquotas diferenciadas para produção de biocombustíveis;

Desestímulo a produtos que prejudiquem o meio ambiente.

O setor agro precisará se adaptar rapidamente às novas regras para minimizar os impactos negativos da reforma.


O que fazer agora?

 Analisar os impactos financeiros do IBS e CBS no seu negócio.
 Monitorar a regulamentação do Imposto Seletivo para garantir que insumos essenciais tenham tratamento adequado.
 Ajustar contratos e custos para evitar surpresas na carga tributária.


Crédito Presumido na Reforma Tributária

Quer saber mais sobre a fruição dos Créditos Presumidos na Reforma Tributária? Acesse nossa página!

Crédito Presumido

Crédito Presumido


PERGUNTAS FREQUENTES


PRODUTOS TOTVS PARA O AGRO


VISITE NOSSA PÁGINA CONCEITUAL DA REFORMA TRIBUTÁRIA

Você sabia que temos uma página centralizadora com todas as informações e novidades acerca da Reforma Tributária para todos os setores?

 

 

 

 


LINHAS DE PRODUTOS TOTVS

Aqui, você poderá encontrar os direcionamentos e configurações de cada linha de produto para atender as disposições trazidas pela Reforma Tributaria. 

PÁGINA CENTRALIZADORA

PÁGINA CENTRALIZADORA

PÁGINA CENTRALIZADORA

PÁGINA CENTRALIZADORA

PÁGINA CENTRALIZADORA

PÁGINA CENTRALIZADORA

Página Centralizadora

Página Centralizadora

Destaques do blog

A Nota Fiscal de Água e Saneamento Eletrônica (NFAg) acaba de receber um conjunto robusto de atualizações técnicas, foram publicados em 03 e 04 de dezembro de 2025 os MOC’s &#...

A nova versão v1.11a da Nota Técnica 2025.001 acaba de consolidar uma série de ajustes relevantes para alguns dos principais Documentos Fiscais Eletrônicos com foco direto na Ref...

A Secretaria Municipal da Fazenda do Município de Boa Vista publicou a Instrução Normativa 001/2025 que determina a adoção do Padrão Nacional da Nota Fiscal de Serviços Eletr�...

Recorrentemente temos acompanhado e divulgado em nosso Blog as atualizações da Nota Técnica 2025.002-RTC, que institui as regras operacionais aplicáveis à emissão da NF-e e NFC...

O Governo do Distrito Federal publicou, em 1º de dezembro de 2025, o Decreto nº 47.993, que altera de forma significativa o tratamento do ICMS nas transferências de mercadorias en...

A Secretaria de Finanças de Vila Velha informou que o município passou a adotar o Padrão Nacional da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e), em conformidade com a Lei Comple...

Conforme publicado anteriormente em nosso Blog, em setembro de 2025, foi publicada a Minuta da Nota Técnica 2025.002, que institui o Bilhete de Passagem Eletrônico de Transporte A�...

Foi publicada, no Portal dos Documentos Eletrônicos (DFe)  a versão 1.11 da Nota Técnica 2025.001 – Reforma Tributária do Consumo, que regulamenta as adaptações do B...

A Receita Federal e o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (CGIBS) divulgaram, por meio do Comunicado Conjunto 01/2025, as primeiras orientações oficiais para a entrada...

A implementação da Reforma Tributária do Consumo, instituída pela Emenda Constitucional nº 132/2023 e regulamentada pela Lei Complementar nº 214/2025, continua avançando no am...

A Secretaria Municipal da Receita de João Pessoa (SEREM) publicou a Portaria SEREM nº 19, de 25 de novembro de 2025, oficializando que o município passará a disponibilizar a emis...

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou que a Secretaria Executiva do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) publicou o cronograma e as orientações para o proces...